Houve em tempos um Abril mais escuro, apertado. Houve em tempos um Abril que nos fazia temer as palavras, que as castrava e que as camuflava para que pudessem ter sentido.
Houve em tempos um Zeca, um José Mário, um José Jorge e um Barata Moura, um Ary e um de Carvalho, um Tordo, um Freire, e um e out

ro e
outro ainda.

Houve em tempos um tempo, em que a canção parecia ter mais força, porque a força parecia, muitas vezes, vir da canção.
No dia e à hora marcada, o povo saiu à
rua. No dia e à hora marcada, o povo fez-se também soldado, fez do cravo a sua arma e disparou para a liberdade.
Comemoramos hoje trinta e cinco anos de revolução. Comemoramos hoje trinta e cinco anos da força da ca
nção.
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