segunda-feira, 13 de abril de 2009

Antes de ser…

Tornou-se comum, e é cada vez mais um dado adquirido, que o percurso de vida de determinada banda (e entenda-se por determinada, aquelas que já muito nos deram a ouvir) seja coroado com o regresso à luz do dia de algumas das suas pérolas – porque estão em ano de aniversário, porque se celebra o lançamento de um dos seus estandartes, porque, porque, …
Dezoito anos depois da sua primeira edição, os Pearl Jam presentearam os seus fãs com a reedição de Ten, disponível no mercado em versão deluxe (2 CD’s + DVD) ou de coleccionador (2 CD’s + DVD + 4 LP’s + K7 Demo com versão original + Notebook + Posters + Réplica + Concerto). Mas o que realmente me importa (por agora), é a descoberta de um dos rios que encheria o oceano de Seattle.
Nos anos 80, altura em que nos Estados Unidos a cena underground começava a criar um circuito que se distanciava das grandes editoras (com nomes como Minor Threat ou Butthole Surfers), Stone Gossard e Jeff Ament tomavam os seus lugares de guitarrista e baixista naquela que, para muitos, seria a banda precursora do grande movimento de Seattle, os Green River. Em entrevista a Anna Ward-Murphy, publicada na revista Blitz (Abril, 2009), Ament conclui que apenas copiavam o que já faziam os Black Flag, os Mötörhead e os Stooges e que isso viria a ser o grunge.

Dissolvidos os Green River, em 1988, Stone Gossar e Jeff Ament decidem continuar juntos e em plena actividade, chamando o guitarrista Bruce Fairweather , o baterista Greg Gilmore e o controverso vocalista Andrew Wood. Nasciam os Mother Love Bone.
Andrew Wood, influenciado por Led Zepplin e Aerosmith e revelando-se ao estilo glam, seria a figura central e o responsável máximo pela curta carreira dos Mother Love Bone. No ano seguinte à sua formação, o EP Shine veio contaminar o som local, predominantemente grunge, criando grandes expectativas para o seu primeiro registo de originais, Apple.

Dias antes do lançamento do promissor álbum (que viria a ser adiado para o final de 1990), Andrew Wood é encontrado com uma overdose de heroína, falecendo poucos dias depois com uma hemorragia cerebral e condenando a auspiciosa banda à extinção prematura.
Finda esta curta caminhada, Ament e Gossar convivem longe de pensar em novos projectos – Jeff Ament não desdenha, no entanto, uma curta incursão em concertos dos War Babies, enquanto Stone Gossar se juntava a Mike McCready, então guitarrista dos Shadow, para que trabalhassem nas suas novas canções.
A restante história rege-se pela batuta de Eddie Vedder e escreve-se sob o signo Pearl Jam.

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